TIPOS
Até início dos anos 1980, as insulinas usadas para tratamento
do diabetes eram extraídas do pâncreas de animais (bois e porcos). Em 1982,
surge a insulina humana – que, ao
contrário do que o nome pode sugerir, é produzida em laboratório. Trata-se de um
medicamento biológico, ou seja, desenvolvido a partir de organismos vivos, como
bactérias e vírus. Na verdade, a insulina humana foi o primeiro medicamento do
planeta a usar a tecnologia do DNA recombinante, por meio de uma cultura de
bactérias.
As insulinas humanas disponíveis hoje no mercado são a NPH e a
Regular. Além delas, existem as chamadas insulinas análogas, produtos nos quais a estrutura dos componentes (aminoácidos)
é modificada de forma a alterar o tempo de ação.
APRESENTAÇÃO
As insulinas podem vir em frascos (10 ml, para uso em seringas),
canetas descartáveis (3 ml) ou refis (3 ml, para uso em canetas de aplicação).
Outra forma de administração é o Sistema de Infusão Contínua (a “bomba de
insulina”).
A insulina deve ser injetada diretamente no tecido
subcutâneo (entre a pele e o músculo). Não pode ser “tomada” em pílulas ou
cápsulas, pois seria destruída pelos sucos digestivos presentes no estômago.
TEMPO DE AÇÃO
O pâncreas produz insulina constantemente, em níveis baixos,
para manter a liberação contínua de glicose para as células. Esse mecanismo é
chamado de basal. Quando a pessoa se
alimenta, há maior necessidade de insulina e o pâncreas então libera uma
quantidade maior do hormônio. Esse é o mecanismo de bolus.
As insulinas disponíveis no mercado se diferenciam pelo seu
tempo de ação. Essa distinção existe para simular o que ocorre com o organismo
humano. As insulinas de ação intermediária e lenta imitam o fornecimento basal
natural do organismo. Já as de ação rápida ou ultrarrápida proporcionam resultado
semelhante ao sistema de bolus, necessário depois das refeições.
As insulinas:
Algumas pessoas utilizam como sistema terapêutico a insulinização plena (também chamado de sistema basal-bolus), com múltiplas doses diárias de dois tipos de insulina. É o caso de todos os indivíduos com diabetes tipo 1. Mas também pode ser o necessário no DM2, quando a secreção de insulina endógena está em níveis muito baixos.
O mais comum no diabetes tipo 2, porém, é o uso de injeções
de insulina apenas na função basal, integrando-se o tratamento com medicação
oral.
Dúvidas?
Diante de tantas marcas e “modelos”, fica a dúvida: qual a
melhor insulina? A resposta é categórica: DEPENDE! Sim, a melhor insulina é
aquela que funciona melhor para você. É possível ter bom controle mesmo usando a
“velha” insulina NPH. Por outro lado, os produtos de última geração sozinhos
não garantem a glicemia dos sonhos.
EM TEMPO: pacientes e profissionais de saúde têm o direito -- e o dever -- de lutar
pelo melhor tratamento, sempre. Mas isso não significa necessariamente o tratamento de última geração.
Converse com seu médico. Juntos, vocês podem avaliar qual o produto que melhor se adapta a seu perfil, levando em conta como anda o
controle glicêmico, a sua rotina e, claro, os custos (ou as condições para
obter o medicamento).
Vale destacar, porém,
que depois de iniciada a insulinização, de nada adianta ficar com a mesma
prescrição por anos a fio. As doses precisam ser constantemente avaliadas e, se
necessário, atualizadas. Como? Com a ajuda da monitorização da glicemia, a melhor ferramenta
disponível para saber como anda o controle e o tratamento em vigor. Não está
funcionando? Depois do almoço a glicemia sobe? À noite vem hipoglicemia? Volte
ao médico com as informações para rever o esquema de insulinização.
Ou seja: parafraseando um político das antigas, o preço do
bom controle glicêmico é a eterna vigilância. Sempre.
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