Se toda segunda-feira é dia de começar a dieta, início do
ano é o momento de repensar o plano alimentar. Adotar uma alimentação saudável
e equilibrada é uma atitude essencial para garantir saúde. As escolhas
alimentares têm efeito direto sobre os níveis de pressão arterial, lipídios
plasmáticos (colesterol e triglicérides), o peso corporal e, claro, sobre as
taxas de glicemia.
A alimentação é comumente fonte de aflições de quem tem
diabetes, é certo. Mas é uma das bases do tratamento e aprimoramentos são
sempre bem vindos. Segundo as Diretrizes 2017-2018 da Sociedade Brasileira de
Diabetes (SBD), a intervenção nutricional tem impacto significativo na redução
da hemoglobina glicada (HbA1C ), já depois de 3 a 6 meses de acompanhamento,
independentemente do tempo de diagnóstico.
Ou seja, nunca é tarde para adotar uma dieta saudável.
A primeira coisa a pensar é em optar por um plano alimentar
que seja factível e possa ser mantido por toda a vida. Vale radicalizar um
pouco no início? Pode ser. Se você quer emagrecer, estudos mostram que dietas
muito restritivas, de baixo valor energético, podem sim promover maior redução
de peso inicial. Mas não se sustentam por muito tempo e, no médio e longo
prazo, trazem resultados semelhantes a planos com redução gradativa do consumo
de calorias.
Outro ponto que causa angústias é que tipo de dieta seguir.
Hoje, há uma profusão de métodos alimentares, amplamente divulgados nas redes
sociais, todos “infalíveis” e “comprovados cientificamente”, segundo os
defensores acalorados.
Na verdade, seja qual for o plano alimentar que você
pretenda seguir – low carb, paleo, jejum intermitente, vegetarianismo,
veganismo, dieta crudívora, ayurveda etc. – o ideal é ter a orientação de um
profissional nutricionista. Isso porque é o nutricionista que vai adequar o
modelo de dieta que você escolher às suas necessidades, garantindo não apenas qualidade
nutricional mas também bom controle da glicemia. Esqueça a ideia de que nutricionista é luxo.
Hoje, esses profissionais estão disponíveis nos planos de saúde, em diversas
UBSs, até mesmo em associações de pacientes. Apague também a imagem do
nutricionista como aquele que só impõe restrições e prescreve o mesmo para
todos. Experimente e você vai ver que é tudo de bom.
Lembre-se também que é importante conversar com seu médico,
porque algumas mudanças dietéticas podem demandar alterações no esquema de
medicações (quantidade, horário, tipo de medicamento).
Para todos os planos alimentares, algumas regras são
essenciais:
- Consuma mais frutas, verduras e alimentos integrais
- Consuma menos frituras e alimentos gordurosos.
- Evite alimentos industrializados
- Reduza o consumo de sal (incluindo temperos prontos)
- Varie os alimentos para receber a energia e os nutrientes necessários.
- Quanto mais colorida for a alimentação, mais nutrientes serão fornecidos.
- Crie o hábito de olhar os rótulos dos alimentos para escolher qual vale a pena comprar e consumir
- Beba pelo menos 8 copos de água por dia.
IMPORTANTE: Iniciado o novo plano alimentar, não espere milagres. Especialmente no
quesito redução de peso. Tenha paciência
que os resultados vão aparecer. Escorregou? Perdeu a mão em alguma refeição?
Não valorize o deslize, nem desanime. Retome o plano na refeição seguinte e vá
em frente.
Mantenha o foco na glicemia e aproveite para intensificar a
monitoração: você vai ver que os números vão ficar cada vez mais estáveis. De
quebra, você vai começar a aprender o que acontece com o seu corpo em resposta
a determinados alimentos. Esse aprendizado é fundamental.
Agora, mãos (ou talheres) à obra. Faça da comida uma fonte
de saúde. Sem neuras.
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