Chegou recentemente ao mercado brasileiro a insulina FIASP (Fast-Acting Insulina Aspart), do laboratório
Novo Nordisk. Trata-se de uma insulina análoga, do tipo ultrarrápida que, de
fato, é duas vezes mais “ligeira” do que as insulinas de ação rápida
comercializadas até aqui.
A mágica acontece com pequenas alterações na molécula da
insulina aspart (nome comercial Novo Rapid), o que garante a otimização da
absorção. Não só a FIASP começa a agir mais rapidamente como nos primeiros 15
minutos após a aplicação disponibiliza mais insulina em circulação.
O resultado é melhor glicemia pós-prandial, aquela que vem
depois das refeições. E, consequentemente, redução significativa da hemoglobina
glicada, um dos principais parâmetros de controle do diabetes. Também reduz o
risco de hipoglicemia.
A FIASP pode ser administrada 2 minutos antes das refeições
e até 20 minutos depois, se necessário. Vale lembrar: trata-se de uma insulina de
bolus, ou seja, aplicada para “cobrir” o carboidrato ingerido em uma refeição
ou para corrigir uma eventual hiperglicemia. Deve ser usada em conjunto com uma
insulina basal, de ação lenta ou intermediária (NPH, glargina, levemir,
degludeca). Ou com medicamentos orais,
como a metformina. Também pode ser utilizada no SIC (Sistema de Infusão
Contínua), popularmente conhecido como bomba de insulina.
Dito tudo isso, você deve estar se perguntando: e eu com
isso? Insulina ultrarrápida é coisa de diabetes tipo 1, certo? Errado, claro.
Primeiro, vamos falar de ciência. Entre os estudos
realizados para o lançamento da FIASP, está o Onset 9, aplicado em pacientes
com diabetes tipo 2. Foi um levantamento de 16 semanas, duplo cego,
multicêntrico, tudo de bom. Os resultados foram significativas quedas na
glicemia pós-prandial e na hemoglobina glicada entre os analisados.
Em segundo lugar, a prática. A tal glicemia pós-prandial é a
que comumente está alterada no diabetes tipo 2. E mais: é ela que interfere
mais intensamente no risco de desenvolvimento de doença cardiovascular (uma das
principais ameaças para quem tem diabetes, de qualquer tipo).
O uso de insulinas rápidas e ultrarrápidas, bem como da insulina inalável lançada em 2019 (leia Insulina inalável chega ao Brasil) pode ajudar a prevenir
a o aumento da glicemia depois das refeições, seja para quem está em esquema de
insulinização plena ou mesmo aqueles que usam medicação oral e podem ter bons
resultados com o uso da insulina nas refeições.
Insulina não é um bicho de sete cabeças e está longe de representar
o fim da linha para quem tem diabetes tipo 2 (leia Insulina sem estigma - Parte 1 e Parte 2 e também Insulina sem mistérios). A FIASP é uma opção
a mais para melhorar o controle e, assim, conquistar mais qualidade de vida com
diabetes. Converse com seu médico ou profissional de saúde.
Diretrizes SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) – 2020
www.novonordisk.com.br
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